segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A menina do espelho

Ela me guarda no segredo de seus olhos e eu entro em pânico. Cai no precipício das minhas horas vazias. Dispersa-se. Escuridão. Eu sou o abismo de sua cor, e ela é cinza.

Relampeja e em seu estrondo de amplidão implodo. Pedaços cortados por todos os lados renascendo em erros antigos, imperdoáveis.

Fantasmas de sombra e escuridão.

Ela me guarda em seus olhos de precipício. Ela é o segredo do meu terror. Ela é tudo o que restou inteiro e se preserva no infinito de minhas trevas.

Eu te sinto morrer e morro junto.
A parte que ficou em você e se perdeu pra sempre.

Quem disse que quero sobreviver?
Quem disse que tenho que ser forte?

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