E se eu te dissesse
Que o que houve
Já ninguém mais ouve falar
E mesmo que falem
Mesmo que esbocem algo
Jamais ousarão imaginar
O que foi que ainda é
Como pode ser
Que ainda será?
É de fogo e é de terra
É como uma noite eterna
É não saber onde vai dar
E num sentido meio vão
Andar na contra-mão
Deixar-se desdobrar
Vou pelos cantos desatando
O nó que vai se alargando
enquanto você tenta me atar
E o tempo que em mera quimera
Até parece que espera
Mas está por nos desatar
Se eu que te tenho tanto
Sou por ti que por não sei quantos, neste baile não fosse adentrar
Eu enfim não saberia até onde o horizonte alcança
Mas seguimos na mesma dança
Nesse passo que a gente não cansa de bailar
Está na sonoridade e timbre
Na altura e textura
Do singelo singular som
Feito pelos nós em que nos atamos
As fendas que criamos
Explosão e silêncio entre meandros.
Feito por nós a sós.
Feito por vozes de nós.
Mais nem um.
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