Pulso desfigurante de estrela decadente
desgastada atrás dos sete céus.
Estrela partida e agonizante
que quebra todas as asas que queriam voar.
Estrela atemporal
do descompasso descompassando no descompassado.
Se anunciasses primavera
e não o pós-crepúsculo em que se lanças.
Se te sobrevivessem os caminhos
ou eles próprios se soubessem sem se enganar.
Se da tua velocidade desesperada
não escapasse Júpiter
e não te levasse para longe das outras esferas cantantes.
Dance tua queda com outras músicas
relampejantes,
desprenda-se das vias
lácteas...
Caia dos teus mundos,
estrela suicida,
reinventa nova chuva de ferro e gelo,
outra forma, diferente do carbono,
gerada do teu próprio cerne
para, do outro lado de ti,
poder ressurgir do teu próprio pó.
Clarice Shaw
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