terça-feira, 30 de julho de 2013

Verbalizando-me

O predicativo a que me sujeito
É o que substantiva meu nome
É a desinência do meu verbo
Vogal temática do meu hábito
Em quem sou apenas..
Oração coordenada que se subordina
Por vontade própria, minha!

Ei-lo aqui lhos vejam agora, intrépido
Jaz feroz, com prazer, alterego.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Closest one

Have a nice dream
On your far island
Is it possible indeed
At your dearest command? 

Would it be my dream
Make yours come true
So I wish we meet 
Anytime very soon

Despite physical distance 
you touch me as no one
Despite people around
Still as close as my own bones

Oh, in your arms peace is resting
In your silence rests mine
In my name a violent need
Of your gorgeous and sweetest desires.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Os dois caminhos

O céu e o abismo se olham intimamente
dos dois lados de um mesmo caminho.
O céu e o abismo se olham para meus lados opostos.

Meu pulsar atômico corre através de distâncias astronômicas,
minha efêmera proximidade vilipendia o infinito.

Nada está aqui.
O Nada está aqui.

O céu e o abismo se enxergam
e eu colapso meus estados dentro deles.

Eles me levam para todos os lados...

na velocidade uniforme da luz,
na presença disforme da escuridão.

E caio diante deles
e deixo minhas forças fugirem para um lugar maior.

Clarice Shaw

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Nem guerra nem paz

Una duma anarquista
Ein International menchevique
Se lograram os habsburgos 
À vitória do exército branco
E o mais que ainda existe?

Lenin, Trotski, Mao tsé...
Ganharam tantos por fé
E pela ordem de amontoar
Churchill, Hittler, a legião czar

Ganhamos o terror ideológico
O choque anafilático pós-traumático
Somos os filhos da geração partida
São muitos ocos, sem passado, vida.

Compreendemos o que nos individualiza
Abnegamos ao que socializa
Somos filhos sem pais, país
Somos o furo da história, sem raiz
Nação sem memória, glória, matiz.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Do lado de fora

Do lado de fora
tudo é infinito sem estrelas
e sem morada
porque tudo é um só
e não há mais para onde fugir
e não há mais porque fugir

e não há mais o que se possa ser
ou o que se possa ter.

E eu não tenho nada.

Mentira, eu tenho medo.

Do lado de fora
tudo é vazio e sem estrelas
porque não há mais nada
e as constelações se dissolveram
enquanto você se expandia.

Porque não posso mais partir
nem tocar na face
que me olha do espelho.

Porque não posso mais partir
sem me espelhar
no que está lá fora.

Porque não consigo escapar.
Por que não consigo escapar?

Para que o infinito
se as estrelas se foram?

A morte agoniza
e me beija seus caminhos.

Do lado de fora
é tudo infinito
e tudo é um só
e tudo está sozinho.

Clarice Shaw
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