segunda-feira, 24 de junho de 2019

Idade das Trevas

A noite, à beira do abismo,
me flagra com os olhos abertos.
- Adormeça, é só um sonho
ruim.

A noite à beira do abismo
é igual a todas as noites:
confunde as sombras,
abre sua boca insaciável
e me engole.

Silêncio
- como se não houvesse violência -
o ácido do tempo tudo digere.

Estamos sós e abraçados nesse mesmo luto
- a ignorância vela por nós.

A noite, à beira do abismo,
até não restar nada além de pó
"das estrelas"
(é o que dizem)

como se essas gigantes poéticas
que ardem na solidão das trevas
não morressem após se consumir
inteiramente.

Clarice Shaw
à beira do solstício invernal.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Per ogni goccia in cui il mare può trasformarsi
E tutte le molecole esistenti in ogni materia
Sono tanti quanti i giorni che posso aspettarti
E aspetto di non sederti, amore mio
Aspetto di recitare, plasmare e sperare
per quello stesso giorno
che finalmente sei
pronto per me.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Dumb hated heart

I think the greatest is the mind the dumbest the heart, that just because I can't accept I got both dumb: mind and heart. It is so idiot the way my heart goes through a relationship that I just feel despise. It which was supposed to be working in the same team called ME, makes me fall in all kinds of foolish traps. When I think that I am finally so smart there goes my heart spoiling all my mind's art. Like the mom which just showered the naughty baby whose need for pooping comes just in these times. A pooping baby is what my heart is. How much more should I suffer, asks my mind, my heart says nothing, it's deaf.
Week of break up. First three days I'm super alright. Forth day, life sucks I need some crying out. Second week (now are the predictions because I'm in the forth day at the moment), I feel like shit and want to slap him for causing me this. Third week, I think we were friends and friendship should remain, in name of the friendship all struggle should be done. Second month, pure depression. Third month, more tries for dialogue until it works. Seriously... This is so idiot. Whatever happens, I won't let myself go through this way again.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

La reina sin castillo


Ya.. ¿Qué hacer? se ya te quieres ir..
Pero.. ¿Quedate solo un poco más... Sí?
 ¿Así como que por un segundo más?
Así para que tenga un poco más de paz 

Ya.. Te veo salir, caminando lejos
Junto con el aire que necesito 
Lejos desde el centro de mi 
Para donde no me vas a decir...

El negro enrudecer de tu mirada
El blanco de todo el nada
Que adelante va
Y por detrás 
De nosotros.

Tus pasos van desdeñando 
El mejor de los que hicimos
Bailando

Con tu vacío impuesto
Y mi cariño, mi disgusto 
Nuestra historia se va.


terça-feira, 6 de outubro de 2015

Rendez vous

So far you came and conquered your land 
In summer time when my sun however had poor and sleeping flames
So far you stood steady for a while 
In front of that land which seemed 
so prosperous but taken
For some whiles you avoided in your self protection's name
But once more and that land you wished you never came 
The worthless try, even so,
You also didn't want to let it go

This land is a place for brave warriors 
My passion comes as it always go
The flame takes challenging tricky ways but you knew what you were doing 
And tricked me also on the back door

Despite a moment can take ages from the memories to remove
You came solely as you are 
I've given solely the rest of what I couldn't 
You've raised my other hidden selfies
Which I curiously haven't pursued 
And despite I don't regret the self revival
If this is what gives me your rendez vous
I should have never ever lost myself into you 

Just when the fall was on the way to take from the trees it's leaves
The sleeping flames awake from it's bad dreams

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A menina do espelho

Ela me guarda no segredo de seus olhos e eu entro em pânico. Cai no precipício das minhas horas vazias. Dispersa-se. Escuridão. Eu sou o abismo de sua cor, e ela é cinza.

Relampeja e em seu estrondo de amplidão implodo. Pedaços cortados por todos os lados renascendo em erros antigos, imperdoáveis.

Fantasmas de sombra e escuridão.

Ela me guarda em seus olhos de precipício. Ela é o segredo do meu terror. Ela é tudo o que restou inteiro e se preserva no infinito de minhas trevas.

Eu te sinto morrer e morro junto.
A parte que ficou em você e se perdeu pra sempre.

Quem disse que quero sobreviver?
Quem disse que tenho que ser forte?

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Arcano Lunar

I

Meu ser primitivo retorna à noite primeira
artrópode-água, vestido em seu esqueleto
- da imortalidade à carne pulsante -
no silêncio fundo do fosso
à beira da margem reta que não transborda
dentro da noite aquosa
que dissolve tudo.

II

O delírio-lunar, as portas do inferno?
Os medos que me guardam. O instinto não-domesticado.
Bebo seus olhos lunáticos como espelhos,
o luar me uiva,

como as flores do sol, eu já posso passar.


III

Aos pés das torres de tetos opostos
intuo o caminho.
O homem da lua espreita
em máscara selenita.
Insanos sonhos
sanam-se em derramado orvalho
alimentando o sol que está para nascer.

Nenhum tesouro é perdido.

Clarice Shaw.


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